Efeitos da dimensão das partículas da farinha crua no desempenho do forno e nas caraterísticas do clínquer

1. Caraterísticas da Calcinação da Matéria-Prima do Cimento

A calcinação da farinha crua de cimento é um processo complexo de reação heterogénea a alta temperatura, sendo a reatividade influenciada por múltiplos factores:

  1. Propriedades das matérias-primas: Caraterísticas físicas, origem geológica e composição mineral.

  2. Propriedades da farinha crua: Finura, composição química, distribuição do tamanho das partículas, homogeneidade e valores de módulo.

Durante a calcinação a alta temperatura, as propriedades intrínsecas das matérias-primas determinam diretamente a reatividade, com viscosidade da fase líquida e volume da fase líquida desempenhando um papel decisivo na taxa de formação de minerais de clínquer. As variações nos valores de módulo e nas caraterísticas das matérias-primas conduzem a diferenças significativas na queimabilidadee, em última análise, afecta a qualidade do clínquer, o rendimento da produção e o consumo de energia.

2. Influência da finura da farinha crua na calcinação

A dimensão das partículas é um parâmetro crítico que afecta a capacidade de combustão, com um duplo impacto:

  1. Aspereza excessiva: Reduz significativamente a capacidade de combustão e compromete a qualidade do clínquer.

  2. Excesso de finura: Diminui substancialmente a produção do moinho e aumenta o consumo de energia.

2.1 Mecanismo do impacto da finura na qualidade da calcinação

A norma de controlo da finura da farinha crua difere fundamentalmente da do cimento. Enquanto o cimento requer uma certa proporção de partículas finas (10-20 μm, conhecidas como "flores de hidratação") para garantir a taxa de hidratação, a farinha crua beneficia de uma distribuição mais uniforme do tamanho das partículas para otimizar as reacções de calcinação.

Os dados da investigação indicam:

  • Partículas >200 μm degradam gravemente a capacidade de combustão.

  • As partículas grossas causam:
    a) Microestrutura anormal: Cal livre não reagida (f-CaO) em torno da alite (A矿).
    b) Reacções retardadas: São necessárias temperaturas de calcinação mais elevadas para uma sinterização completa.
    c) Efeitos negativos: Aumento do teor de cal livre, redução da produção do forno e maior consumo de energia.

2.2 Equilíbrio ótimo no controlo da finura

Uma finura excessiva também não é desejável:

  • A produção do moinho diminui em 30-50%.

  • O consumo de energia aumenta em 15-25%.

  • A eficiência económica diminui significativamente.

3. Estudo empírico sobre o controlo da finura

Uma análise comparativa de Fábrica de cimento A e Fábrica de cimento B para determinar os parâmetros de finura óptimos.

3.1 Análise da composição das matérias-primas

Cálculo do teor de quartzo:

Quartzo cristalino=SiO2-1.17Al2O3

*(Nota: Para argilas com teor de K/Na não medido, a margem de erro é de ~10%)*

3.2 Análise de resíduos de peneira

Análise química de 0,2 mm e 0,08 mm resíduos de peneira revelados:

  • Planta A: Em 0,08 mm de resíduo = 10,9%composição da farinha crua correspondente.

  • Centro B: Em 0,08 mm de resíduo = 5,9%O SiO₂ diminuiu e o CaO aumentouindicando que as partículas grossas eram principalmente calcário.

3.3 Cálculo do teor de quartzo grosso

  • Planta A: 0,99% (0,5% após dedução do SiO₂ da escória).

  • Centro B: 0,26% (0,02% para >0,2 mm resíduo).

3.4 Determinação do parâmetro ótimo

O padrão de controlo ideal foi estabelecido como:

Resíduo do peneiro de 0,08 mm = 10% ± 2%

Resultados da aplicação:

  • Melhoria da qualidade do clínquer em 15-20%

  • Aumento da produção do forno de 8-12%

  • Consumo de energia reduzido em 5-8%

  • Eficiência do moinho melhorada por 10-15%

4. Análise do mecanismo

A formação de clínquer é uma reação heterogénea em estado sólido, onde:

1. vantagens das partículas finas:

    • Aumento da área de superfície (50-100%)

    • Interface de reação alargada (30-50%)

    • Espessura reduzida da camada de produto (20-30%)

    • Taxa de difusão melhorada (40-60%)

2. desvantagens das partículas grossas:

    • Maior velocidade de reação incompleta (25-35%)

    • Má uniformidade da distribuição dos minerais (40% pior)

    • Fronteiras cristalinas distintas (50% mais visível)

5. Qual é a matéria-prima do cimento?

mistura crua (ou farinha crua) é o pó homogeneizado introduzido no forno de cimento, composto por matérias-primas de proporções precisas. A sua formulação segue dois princípios fundamentais:

1.Requisitos químicos

  • Componentes primários:

    • Calcário (70-80%): Fornece CaO (cal)

    • Argila (10-15%): Fornece SiO₂ e Al₂O₃

    • Corretor de ferro (1-3%): Ajusta o teor de Fe₂O₃

  • Objectivos de módulo:

    • LSF (Fator de saturação de cal): 0.92-0.98

    • Módulo de sílica (SM): 2.2-2.6

    • Módulo de Alumina (AM): 1.3-1.7

2. preparação física

  • Retificação: 80-90% partículas <90 μm

  • Homogeneidade: Eficiência de mistura >90%

  • Humidade: <1% para fornos de secagem

6. Farinha crua vs. clínquer: Principais diferenças

ParâmetroRefeição cruaClínquer de cimento
EstadoPó finoGrânulos nodulares (5-25 mm)
QuímicaÓxidos que não reagiramFases cristalinas (C₃S, C₂S)
Minerais essenciaisCaCO₃, SiO₂, Al₂O₃Alite (50-70%), Belite (15-30%)
Função do processoEntrada de alimentação do fornoProduto final sinterizado
f-CaO0% (ligado em CaCO₃)<1,5% (indica queima deficiente)

Mecanismo de transformação:

Durante a calcinação (1450°C), a farinha crua sofre:

  1. Descarbonatação: CaCO₃ → CaO + CO₂↑ (700-900°C)

  2. Reacções em estado sólido: Formação de C₂S, C₃A, C₄AF (900-1200°C)

  3. Sinterização em fase líquida: C₂S + CaO → C₃S (1300-1450°C)

 

Nota crítica: Enquanto a reatividade das matérias-primas determina o consumo de energia, a microestrutura do clínquer determina a resistência do cimento.

Uma grande fábrica de cimento com vários silos imponentes contra um céu limpo.

7. Conclusões e recomendações

1. principais indicadores de finura:

    • A cal livre (f-CaO) está inversamente correlacionada com a finura (R² = 0,85-0,92)

    • O resíduo de 0,2 mm deve ser <0,5%

2. recomendações de controlo de qualidade:

    • Controlo rigoroso das partículas grossas para formulações com elevado teor de SM e KH.

    • Critérios ideais de microestrutura:
      a) Uniformidade dos minerais >90%
      b) Proporção de tamanho de cristal de 20-50 μm >80%

3. estratégia de otimização:

    • Implementar modelos de controlo dinâmico baseados no teor de quartzo grosso:

      • Matérias-primas padrão: 0,3-0,8%

      • Materiais difíceis de queimar: 0,2-0,5%

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